Após ser eleito na esteira da 'onda conservadora' de 2018, ex-deputado Heitor Freire nada de braçadas no Banco do Nordeste de Lula

Ex-parlamentar foi defenestrado da direita após supostamente gravar conversa onde o então presidente Jair Bolsonaro articulava as rédeas do PSL, seu partido à época

DPresidente do Banco do Nordeste Paulo Câmara à esquerda e o ex-deputado Heitor Freire à direita

Uma 'onda' conservadora que até hoje é mal compreendida elevou várias figuras da maior insignificância ao topo da cadeia política no Brasil e no mundo. É o caso do ex-deputado e atual superintendente do Banco do nordeste(BNB), Heitor Rodrigo Ferreira Freire(CE).

Com uma agenda antiPT e admirador de Olavo de Carvalho, espécie de Roger Scruton da direita brasileira, Freire chegou a câmara federal em 2019 como um verdadeiro conservador, porém rapidamente se aliou a "velhas" figuras e práticas do estado profundo brasileiro, o que o fez se tornar fiel escudeiro do então presidente do PSL Luciano Bivar. Após o presidente Jair Bolsonaro perceber uma estratégia da presidência do partido para dominá-lo, começou a reunir deputados e senadores da sigla com intuito de lançar ofensiva. Foi numa dessas reuniões que uma conversa de Bolsonaro com deputados vazou.

Após analisar o vídeo e as falas que eram ditas por quem gravava a conversa, o também ex-deputado André Fernandes(CE), disse se tratar de Heitor Freire. Freire negou que tenha sido ele o autor do vazamento. Após esta confusão, Freire começou a ser afastado dos grupos de direita e fiéis ao que se convencionou a chamar de Bolsonarismo. Percebendo a ação, Heitor se aproximou ainda mais de Bivar e se tornou figura chave do União Brasil, partido que viria a se tornar após a fusão do Democratas(DEM) com o Partido Social Liberal(PSL). Após a fusão, o presidente Jair Bolsonaro deixou a sigla e levou consigo 80% dos parlamentares.

Pelos atos passados de fidelidade a Bivar, Heitor Freire foi indicado em 2023 pelo partido para diretoria da superintendência do desenvolvimento do nordeste(SUDENE). Como diretor de gestão de fundos, incentivos e de atração de investimentos, Heitor recebe a 2 anos o equivalente a R$ 14.845,50 mensais. O curioso é que sendo o presidente da república o chefe das instituições federais, o que é o caso do BNB, Heitor Ferreira Freire, ex-deputado da direita, conservador e autor de projetos ousados como uma proposta de "desesquerdização, serve a Luís Inácio Lula da Silva, a personificação da esquerda brasileira.